3 de ago. de 2010

O Grupo Minik Momdó

Véus, (1998) Mundão - Sesc Santo Amaro

Nus Vestidos (1999) Capela do Instituto Goethe.

Missa para Santa Cecília (2000), Jardins e Casarão da Funarte/SP
Prêmio Estímulo Funarte/99 – Novos Espaços Coreográficos

Tandanz 8 Dogmas (2001), Instituto Goethe e OCOA
Prêmio EmCena Brasil - Funarte,

Óikos, (2002) Casa das Rosas, Festival de Dança Flor da Paulicéia. Casa da Palavra (2005).

Metóikos – aquele que mora na casa do outro, (2004) Espaço Cênico Ademar Guerra do CCSP.

Protótypós, (2006) Galeria Olido. e Fórum de Arte Contemporânea – Reverberações 2006
Prêmio Klauss Vianna FUNARTE/Petrobrás 2006

Do Brás à Luz, duas instalações e um percurso. Trajeto performático pelas avenidas que ligam a OCAM e a OCOA, estações Brás e Luz da CPTM.

PólisSemos (2007), Espaço Cênico Ademar Guerra do CCSP
1º Programa Municipal de Fomento a Dança da Cidade de São Paulo

Nus vestidos (2008)Teatro Alfredo Mesquita, Teatro Caetano de Campos, Galeria Olido
4ª edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo

Oco (2009) Teatro da Dança, Teatro Mario Covas-Virada Cultural (Caraguatatuba), C. C. Atibaia, Festival de Dança de Diadema ABC Dança, C.C Pé no Chão (Ilha Bela), Galeria Olido, 1º Plataforma Estado da Dança.
4ª edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo, Programa de Ação Cultural (PAC) do Estado de São Paulo e Prêmio Klauss Vianna / MEC-Funarte 2009.

2 de ago. de 2010

Bibliografia recomendada

How to make video dance

Matéria e Memória - Henri Bergson

O movimento total - José Gil
A imagem nua - José Gil

A encenação no cinema - Jacques Aumont
Cinema e pintura - Jacques Aumont

Transcinema - Katia Maciel

Estética do Narcisismo - Rosalind Krauss

O Corpo Incerto - José Ortega

As técnicas de observação - Jonathan Crary

Máquina da visão - Paul Virillio

Arte do cinema - Rudolf Arheindt

Video Cinema Godard- Philippe Dubois

Visível e invisivel- Melay Ponty

Um antropólogo em marte - Oliver Sacks

1 de ago. de 2010

Proposta lançada

OLHO integra o projeto "Poeira de Estrelas" do Grupo Minik Momdó, realizado atráves do 8º Programa Municipal de Fomento à Dança, e tem como objetivo aproximar a dança e as artes visuais. A proposta inicial é pesquisar a relação do corpo com sua prória imagem através de vídeo instalações. O desdobramento deste ponto de partida é a multiplicação por uma grande diversidade de mídias e autores.

Trata-se de um projeto híbrido, formado por um conjunto de ações em torno da dança: um grupo de estudos, uma exposição, um espetáculo, sessões interativas, e o compartilhamento do processo pela internet. A concepção geral e condução do processo, que em todas as suas instancias se faz de modo colaborativo, é de Marcio Marques.

Executar o OLHO no espaço expositivo da Galeria Olido confere ao projeto um caráter de site-specific, uma vez que relaciona as duas atividades artisticas as quais o prédio da sede da Secretaria Municipal de Cultura se dedica, tomando como tema seus elementos mais fundamentais: o corpo, em relação à dança e a visão, em relação às artes visuais

A estrutura inicial do projeto é um conjunto de video-instalações imersivas concebidas especialmente para dança. A presença física de um corpo é imprescindível para o funcionamento das instalações, criando circuitos fechados que interferem poeticamente na arquitetura do espaço ocupado. A criação de visualidades híbridas e efêmeras, visíveis apenas pelo jogo de espelhamento entre máquina e corpo, visa salientar o caráter descartável da individualidade e enfatizar os aspectos relacionais do corpo. O objetivo principal é estabelecer um campo expressivo entre o corpo, a tecnologia e o espaço, meios entre os quais a visualidade se forma.

As instalações serão ocupadas numa performance que será tomada como matéria prima para que desenhistas, fotógrafos e video-makers produzam trabalhos pessoais, estendendo o instante fugidiu da dança a outros suportes. Estes trabalhos irão compor uma exposicão que acompanha as apresentações como um cenário em work in progress, num procedimento acumulativo em que diversos pontos de vista e modos de representação se sobrepõe ao acontecimento da dança.

Na exposição, além de apreciar as fotos, desenhos e videos os visitantes poderão experimentar na própria pele os efeitos visuais das intalações que permanecerão disponiveis para interacão durante o horário comercial.

A concepção original deste projeto surgiu do interesse em pesquisar as diferentes concepções de corpo encontradas ao longo da história da arte, e também em rever o início do desenvolvimento da linguagem audiovisual, especificamente a transição entre a fotografia e o cinema, além de investigar os jogos ilusionistas conseguidos com reflexos, sombras e espelhos que compunham os efeitos especiais do teatro neste período. As pesquisas de visionários do século XIX, como Daguerre, Marey e Muybridge, marcadas pelo desenvolvimento tecnológico, explicitando a visão de mundo que formavam essas primeiras imagens, inauguraram uma nova visualidade que liberou a arte para outros modos de representação do real. As instalações colocam o corpo neste contexto, em que a imagem se forma num cruzamento entre o científico e o imaginário. Nosso tema se configura então como um jogo entre a visão e a aparência do corpo, o que nos leva às idéias de auto-imagem, propriocepção e fetichismo.

Em relação à linguagem de vídeo, nosso ponto de partida para a pesquisa será a interação da câmera com o intérprete, aplicando as dinâmicas de Laban para a operação da câmera e também para a própria projeção. As imagens se descolarão do corpo numa segunda dança, percorrendo o espaço criando coreografias autônomas que transfiguram o ambiente.

Nas apresentações duas duplas de performers atravessam as instalações, se revezando nas funções de dançarino e operador de câmera, confundindo os papeis de observador e observado. Essa alternância distribui a atenção do público visitante entre o que seria o produto artístico e o seu making of, equiparando em relação a formação da imagem, os movimentos expressivos da dança e os movimentos funcionais da manipulação técnica dos equipamentos.

Alem desta relação entro o corpo e o ambiente, consideramos ainda a relação do observador com seu objeto, figurada através da produção dos artistas visuais realizadas ao vivo a partir das impressões efêmeras da dança segundo suas pesquisas poéticas pessoais. De modo que apresentamos um sistema completo, equiparando o produto artistico a todo o processo de produção, num procedimento em que todas as partes contribuem em grau de igualdade para a formação de um sistema.

A dança, o vídeo e os "registros poéticos", serão construídos em tempo real, atualizando num procedimento performativo reflexões sobre a história da imagem, nos seus sentidos físico, cognitivo e cultural. De maneira que o projeto Olho, não se caracteriza somente como um espetáculo de dança contemporânea ou uma exposição de artes plásticas mas como uma proposta aberta a interferência de autores e de linguagens diferentes para que se crie um sistema em que cada parte pode ser considerada o tema , o processo ou o resultado da arte.